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10/04/2011 11:15

 

A RUPTURA ENTRE AMOR E SEXO

2011-03-31 20:45

 1- Eros na mitologia Grega

 
O mundo era árido e sem vida e assim Eros “tomou suas flechas doadoras de vida, penetrando o frio seio da terra” e “imediatamente a superfície castanha ficou recoberta de luxuriante verdura”.  Cria a vida.
 
Eros é a vivência das intenções pessoais e o significado do ato. É um estado do ser. Agarramos-nos a excitação e queremos que continue sempre, pois o Eros é a ânsia, a eterna procura de expansão.
 
Eros é a força que nos atrai, é a força que nos impele ao que pertencemos. União com nossas próprias possibilidades, união com pessoas significativas do nosso mundo, em relação a quem descobrimos nossa auto realização... “Areté” (existência boa e nobre que todos buscamos).
 
O Eros quer sempre estar desperto, pensando no amado, como os chineses dizem “experiência de múltiplo esplendor”, recordando, saboreando...
 
Eros é a busca da ampliação do estímulo, a fonte de ternura, a genuína união, na qual a finalidade do desejo não é a satisfação e sim seu prolongamento...O Eros é o desejo ardente, a ânsia , o desejo de amar. Resumindo: “Todo o começo é encantador”
 
 
2 – Eros e Sexo são diferentes para os gregos.
 
Sexo é redução de tensão, excitação fisiológica, a gratificação e a satisfação do desejo para depois de um ritmo e resposta vir a redução desta tensão e alívio.
 
O sexo vem do latim “sexus” que significa separação, como que distinguir funções fisiológicas, isto é o caráter macho e fêmea. É um termo zoológico, um padrão das funções neurofisiológicas.
 
O sexo é caracterizado pelo entumescimento dos órgãos e enchimento das gônadas (onde se necessita um alívio satisfatório). Sexo é necessidade, onde a finalidade do sexo é o orgasmo, mas não para o Eros.
 
Depois do sexo há o sono, o descanso e o alívio que o corpo responde.
 
3- Eros em Platão
 
“Lembrar do Eros deve-se voltar ao “Banquete”, onde Platão descreve o amor:” Não é mortal, nem imortal, mas fica entre os dois... É um grande espírito (demônio) e como todos os espíritos um intermediário entre o divino e o mortal... “É o medianeiro unindo o abismo que separa os homens e os deuses e, portanto nele tudo se reúne...”.
 
O amor significa dar forma interior da pessoa e buscar esta forma unindo-se á ela. O Eros é o impulso que o leva a unir-se com outra pessoa.
 
No caso de Platão é também a ânsia pelo conhecimento fazendo com que impila o homem ao encontro com a verdade.
 
Eros é a força geradora, isto é ela é eterna e imortal e esta criação é o ponto mais “Divino e imortal” que o homem pode chegar.
 
O Eros também pode ser o impulso para procriação mas no sentido de unir-se, assim como nos animais, mas os humanos estão em perene mutação, onde há uma dimensão de experiência psicológica e emocional quanto biológica.
 
No caso da psicologia o Eros se manifesta nesta procura do auto-conhecimento, expansão do “self”, no impulso do indivíduo se dedicar a busca da verdade. Eros tornando-se ponte do ser no vir - a – ser.
 
Santo Agostinho diz que o Eros é a força que nos impele para Deus. Nietzsche diz que está no amor fati. Camus o Eros nos impele para a auto - realização e nós, nossa natureza humana dificilmente encontrará melhor auxiliar que o “Eros” para nos impele para o verdadeiro.
 
E HOJE?????? VAMOS À UMA PEUQUENINA E GRANDE CONCLUSÃO...
 
Hoje o sexo está mercantilizado também de tal forma que o “desempenho” se tornou palavra de ordem. Todos estão preocupados com sua forma, culto ao corpo e seu desempenho sexual. A pessoa se tornou um objeto de tal forma que perdeu totalmente sua subjetividade. E o que na época se procurava libertar (Anos 60) hoje se tornou alienação.
 
O capitalismo também lucra muito e com isso a sexualidade além de gerar prazer proporciona um incentivo para um comércio na qual fica evidente que a compulsão do comportamento atual está longe do amor der o “Eros” dos gregos.
 
Nesta grande inversão de valores há a instabilidade onde a cisão entre Eros e sexo se faz presente e abala as bases da sociedade, isto é a família, surge na sociedade a pressão também do capitalismo materialista com o nascimento de um herdeiro o que torna o casamento o sexo meio impositivo e obrigatório. Há também a ligação entre sensualidade e dinheiro na qual o desejo é inserido e o matrimônio começa a ser degradado, os problemas não são resolvidos entre o casal e acabam sendo despejados nos filhos e com isso divórcios e separações.
 
E com o culto ao orgasmo, expressão da mecanização do amor, hoje está tudo extremamente distorcido e os paradigmas rompidos. Hoje se procura alguém para não ficar sozinho, para aliviar suas tensões, enfim, se procura alguém por diversos motivos exceto pelos verdadeiros.
 
O amor, o que vem a ser o amor?
 
Hoje se perdeu a dimensão do que é o amor, do que é o corpo e a sexualidade.
 
PENSEM NISSO...
 
 
 
Autor: Christiane Forcinito Ashlay Silva de Oliveira
 
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